quinta-feira, 16 de março de 2017

MADEIRA GRANULADA: O COMBUSTÍVEL DO FUTURO

A biomassa florestal foi durante muito tempo e de longe, a primeira fonte de energia das sociedades humanas. La biomasse a été pendant longtemps et de loin, la première source d’énergie des sociétés humaines. Com a demanda crescente das economias emergentes (Brasil, China, Índia, Rússia África do Sul etc.) no consumo energético mundial, não existe dúvida quanto isso refletira na tendência da alta dos preços das diferentes formas de energia fóssil (óleo, gasolina e gás) em função principalmente do próprio contexto geopolítico e econômico mundial. No contexto da volatilização e da alta dos preços das energias fósseis, espera-se nos próximos anos a maior participação da madeira quer seja na sua forma bruta e principalmente, a madeira granulada (densificada) também conhecida por pellets, essa última, para uso em aquecimento doméstico e/ou industrial. A iniciativa privada, pelas suas características de maior autonomia tanto para a captação de recursos quanto para promover pesquisa e desenvolvimento, tem focalizado as suas atenções para a utilização da madeira granulada, ou seja, a “madeira-energia” ou dendroenergia. A utilização desse modelo energético alternativo para uma fração considerável das necessidades, energéticas na oferta interna de energia, além de contribuir para a redução dos gases de efeito estufa, poderá se contrapuser de forma significativa ao aumento das tarifas das formas convencionais de energia. No mais, tem-se pautado que a consolidação de tal modelo energético suplementar se reveste de características ecológicas e ambientais altamente favoráveis. Neste contexto, é de conhecimento que o dióxido de carbono (CO2) liberado pela combustão da madeira é absorvido pela árvore a qual por sua vez, pela fotossíntese o transforma em energia e oxigênio. Nesse processo fisiológico, por exemplo, a captação pelos diferentes ecossistemas vegetais de 44 toneladas de dióxido de carbono produz em contrapartida, 180 toneladas de glucose e 162 toneladas de celulose sob a forma de biomassa. O modelo energético “madeira-energia” contrariamente aos combustíveis de origem fósseis é sustentável e essa sustentabilidade é assegurada pela relação harmônica entre a oferta e a demanda por matéria-prima (madeira) para atender ás exigências do respectivo modelo. Existem três famílias de combustíveis originários diretamente desse modelo energético: (1) madeira densificada ou briquete; (2) madeira granulada ou pellets e (3) cavacos, cada uma delas com as suas características. Concernente à madeira granulada, a sua utilização surgiu na década de 70 do século passado e foi de certa forma, uma resposta tecnológica do mundo ocidental à deflagração da primeira crise do petróleo em 1973. Uma década após, a sua cadeia produtiva já havia se consolidado nos EUA. Na Europa, isso somente ocorreu na década de 1990. Primeiramente na França em seguida, na Suécia. Em ambos países a madeira granulada foi e ainda continua sendo utilizada para fins de aquecimento residencial e industrial. Os granulados de madeira ou pellets apresentam um formato de pequenos cilindros fabricados majoritariamente a partir de serragens e de cavacos secos e fortemente densificados a interior de uma prensa de extrusão, cujos níveis de pressão atingem valores da ordem de 100 bars (101,97 kg/cm2. O comprimento varia entre 10 e 50 mm enquanto o diâmetro entre 5 a 10 mm. A alta densidade energética e sua granulometria permitem a automatização completa de sistemas de aquecimento independentemente de sua capacidade. A produção de madeira granulada se assemelha ao processo de produção de ração animal. A secagem da matéria-prima utilizada no processo é fundamental para assegurar ao produto final um Poder Calorífico Inferior (PCI) uniforme e compatível para os propósitos aos quais se destina. Assim uma secagem a teores de umidade da ordem de 15 a 20% é tolerável, ainda que sejam mais usuais teores inferiores a a 10%. O Poder Calorífico Inferior (PCI) da madeira granulada é consideravelmente elevado e da ordem de 8500 a 8000 BTU/lb (19,771 MJ/kg a 20,934 MJ/kg). Além do controle do teor de umidade da matéria-prima, o teor de cinzas é também de certa forma restritivo. Madeira granulada para fins de aquecimento residencial deverá ser inferior a 1%. Todavia, para fins industriais esse poderá ser da ordem de 1-3%. Por essa razão que existem algumas restrições para certos tipos de resíduos agrícolas cujos teores de cinzas ultrapassam facilmente esses limites. A eficácia da madeira granulada para o aquecimento doméstico e/ou industrial do ponto de vista eficácia energética equivale à aproximadamente 85%. A eficácia energética do óleo combustível e o gás natural, por exemplo, variam de 60 a 95%. O custo de uma unidade de produção de madeira granulada necessária para atender uma demanda de 4 toneladas/h incluindo um secador que assegure um teor de umidade final da matéria prima inferior a 10%, é da ordem de U$ 1 265 000,00 (R$2 400 500,00)

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