quinta-feira, 1 de julho de 2010

Princípio de Operação Desaerador em Caldeiras

Fluxo de água: A água fria primeiro entra no pré-desaerador ou domo, onde válvulas spray de aço inoxidável direcionam o fluxo de água formando um "chuveiro" através da ventilação condensadora de contato direto em seu interior, na atmosfera de vapor da seção de pré-aquecimento. Aqui a maior parte dos gases corrosivos são removidos antes que a água atinja a superfície de aço da bacia receptora. Esta água quente e parcialmente desaerada então passa da seção de aquecimento para a seção de vapor ou "scruber" onde uma completa desaeração é concluída assim que a água é vigorosamente esfregada por um excesso de vapor já livre de oxigênio.
Fluxo de vapor: O vapor é introduzido uniformemente através de um distribuidor dentro do desaerador. Lá o vapor colide em alta velocidade com a água aquecida e parcialmente desaerada que entra na seção vinda do compartimento de pré-aquecimento. Uma violenta ação de lavagem e mistura aí acontece. Esta ação remove mecanicamente os traços remanescentes de gases não-condensáveis para fora da água pré-aquecida. Portanto, a água desaerada descarregada do topo da seção de lavagem a vapor está livre de todos os gases não-condensáveis mensuráveis. O vapor separa a água desaerada da seção de limpeza e passa para dentro da seção de pré-aquecimento para continuar o ciclo. O vapor é condensado no condensador de contato direto interno sendo "soprado" para fora do desaerador, onde carrega para a atmosfera os gases não-condensáveis assim liberados.
Condensador interno: O condensador interno é uma seção dentro do compartimento das válvulas spray onde os gases não-condensáveis são separados da seção de pré-aquecimento e concentrados antes de serem descartados para a atmosfera.
A função primária de um desaerador é remover gases não condensáveis (oxigênio e dióxido de carbono livre) da água de make-up utilizada para alimentar caldeiras e de retorno de condensado.
A remoção desses gases protege tubulações e bombas, assim como as caldeiras e as linhas de retorno de condensado desses gases corrosivos.
Desenvolvido especificamente para ocupar pequenos espaços, o desaerador térmico Aquafil combina simplicidade e compactação com alta performance e eficiência operacional. Unidades pré-fabricadas convencionais do desaerador térmico Aquafil são ideais para fábricas com caldeiras de baixa pressão.
Esses equipamentos estão disponíveis em tamanhos de 4.000 a 180.000 Kg/h de capacidade, de acordo com as necessidades da instalação, para a mais vasta gama de atuação de indústrias, comércio e serviços públicos. O desaerador térmico Aquafil oferece grande vantagem especialmente onde o espaço disponível é restrito.
• A pressão de vapor dentro do desaerador deve sempre estar em 0,25 Kgf/cm² para garantir seu perfeito funcionamento
• O desaerador sempre é instalado acima da caldeira, para manter as bombas sempre afogadas
• Neste momento, mais de 200 desaeradores térmicos Aquafil estão em operação no Brasil e no exterior.
• A manutenção de um desaerador térmico deve ser realizada periodicamente para impedir entupimentos das válvulas spray e acúmulo de sujeira dentro do tanque de estocagem.

ÁGUA PARA SISTEMAS GERADORES DE VAPOR

Atualmente a água é o principal fluido utilizado em sistemas de geração de vapor. Na natureza encontram-se diversos tipos de águas, sendo que todas são impuras, pois apresentam quantidades diversificadas de impurezas iônicas ou moleculares, cuja composição e proporção estão relacionadas com a constituição geológica dos solos. Os constituintes geralmente encontrados junto com a água são sais dissolvidos inorgânicos e orgânicos, matéria orgânica em suspensão, material coloidal, gases dissolvidos e microorganismos. O alto poder calorífico aliado à ampla disponibilidade da água no meio industrial justifica a preferência do vapor da mesma como fluido de trabalho. Atualmente, o vapor é utilizado em grande escala, tanto para serviços de aquecimento, quanto para serviços acionados mecanicamente. Sua aplicação é bastante abrangente, pois atende diversas necessidades das empresas, como por exemplo, indústria de alimentos, bebidas, papel e celulose, têxtil, metalúrgica, química e outras.
Os componentes das máquinas geradoras de vapor são constituídos de materiais metálicos, que em contato com a água tendem a sofrer patologias, como: corrosão e incrustações, as quais dependem principalmente das impurezas presentes na mesma. A corrosão é um dos entraves mais sérios em sistemas geradores de vapor, pois pode ocasionar decomposição dos equipamentos e tubulações, acidentes, perda de material e parada do equipamento para a manutenção.
A presença de incrustações causa diminuição da troca de calor, rompimento das tubulações da máquina, perda da resistência mecânica e deformações, devido ao superaquecimento das mesmas, além de restringir a área do fluxo de escoamento na linha e possíveis obstruções nas válvulas, resultando em perdas e reposições de alto custo.
Quando não se aplicam os tratamentos internos e externos adequados e eficientes para uma água, esta pode ocasionar uma série de inconvenientes indesejáveis num processo industrial, resultando em perdas de eficiência, segurança e combustível. Pode-se obter o máximo proveito útil de um sistema gerador de vapor com os mais baixos custos, por meio de uma manutenção preventiva e com cuidados indispensáveis. Por esse motivo são necessários o controle e tratamento da água utilizada nestes processos. A análise química de uma água permite avaliar sua composição bruta, que aliada às características técnicas da caldeira oferece subsídios quanto a escolha dos tratamentos físicos e químicos propriamente ditos.
Essas análises efetuadas no laboratório químico têm o objetivo de verificar se o tratamento proposto ao equipamento está sendo eficiente. Os valores máximos e mínimos pré-estabelecidos devem ser observados, cabendo ao laboratório determinar instruções de operação para contorno de alguma variação nos parâmetros, além de verificar o desempenho dos instrumentos, das resinas de troca iônica, dos equipamentos de purificação de água, dos reagentes analíticos, e dos produtos químicos utilizados no tratamento do sistema. As análises de uma água devem ser feitas regularmente, para se verificar eventuais alterações nas qualidades da mesma, o que fornece subsídios necessários para as correções posteriores e controle das dosagens de produtos químicos adicionados. A periodicidade de uma análise varia muito com as condições de operação da caldeira, da natureza e gravidade dos problemas constatados. Para um tratamento químico preventivo ser eficiente num sistema de geração de vapor, é necessário fazer um estudo completo das características do equipamento e da água a ser usada no mesmo, e posteriormente utilizá-lo de forma correta, garantindo a manutenção da eficiência do mesmo.

Corrosão em Sistema de Geração de Vapor

Caldeiras Industriais
Corrosão em Sistema de Geração de Vapor
O vapor é o fluido depois da água mais utilizado nos processos industriais.

Pode ser usado para:
Geração de energia decorrente da utilização do vapor superaquecido de média ou alta pressão;
Controle de temperatura em reações químicas;
Auxiliar no processo de destilação;
Aquecimento do meio ambiente na área de conforto térmico;
Combate ao fogo;
Agente de limpeza, e acelerador das limpezas alcalinas e árida.
TIPOS DE CALDEIRAS
Caldeiras são equipamentos que tem a finalidade de gerar vapor. Dividem-se em dois tipos:
Fogatubulares : Constituídas de um corpo cilíndrico contendo em seu interior um tubo central de fogo e tubos de menor
diâmetros de gases, dispostos em duas ou mais passagens.
Aguatubulares: Constituídas de uma tubulação de vapor e uma ou mais tubulações inferiores denominados de lama.
Em operação transformam energia potencial dos combustíveis em energia calorífica, a qual é transformada
em vapor.
Observações sobre diferentes pressões:
Muito Baixa Pressão até 100 psi
Baixa Pressão 100 200 psi
Média Pressão 200 700 psi
Alta Pressão 700 1500 psi
Muito Alta Pressão 1500 3209 psi
Supercrítica acima de 3209 psi
FATORES QUE ACELERAM A CORROSÃO
Como as caldeiras são de grande importância para as indústrias que necessitam de vapor, o processo de corrosão deve ser controlado e evitado ao máximo.
Por esse motivo é necessário o controle e tratamento da água que é utilizada em caldeiras.

Fatores associados a corrosão:
1.Corrosão Ácida Generalizada
Corrosão nas superfícies internas da caldeiras resultante do uso de águas com baixo valores de pH.

2.Corrosão por Oxigênio
Aeração Diferencial: Quando a água utilizada é aerada ou a remoção de oxigênio é incompleta ou em caldeiras fora
de operação
Fratura da Magnética Protetora: A corrosão é localizada na forma puntiforme em decorrência da existência de pequenas
áreas anódicas, junto a grandes áreas catódicas.

3.Corrosão por Metais Dissimilares- Corrosão Galvânica
Diferentes metais podem ser conduzidos para o interior da caldeira, quando ionizados, complexados pela ação da amônia
e/ou no estado particulado.

4.Corrosão por Ácido Sulfídrico
A reação de gás sulfídrico com água produz ácido sulfídrico, que pode a vir se combinar com diferentes metais formando
sulfatos metálicos correspondentes.

5.Corrosão Ácida Localizada
Obretas: Concentração de sais ácidos ou de cloretos dissolvidos na água da caldeira poderá nos levar aos seguintes casos:
a.1) Sais ácidos poderão se hidrolisar sob depósitos produzindo condições de pH baixo.
a.2) Elevados teores de cloretos em geral na água da caldeira, poderão concentrar-se em altos níveis sob depósitos ou
fendas em meio aerado, provocando problema semelhante ao caso anterior.
A corrosão nos dois casos se estende por toda a área onde se armazenou o ácido formado.
Soda Cáustica: É usado na água de caldeira afim de elevar o valor de pH, para preservação do fino filme protetor
de óxido de feno magnético.

6.Corrosão por Agente Quelante
Tem características semelhantes a da corrosão cáustica. Ela ocorre quando camadas de vapor se formam ao longo das linhas
de água ou quando a evaporação da água deixa um resíduo concentrado de quelato.
FALHAS QUE PODEM OCORRER EM CALDEIRAS

1. Falhas por Superaquecimento
São ocasionadas por incrustações ou camadas de vapor depositadas sobre as superfícies dos tubos das caldeiras que podem
reduzir a taxa de transferência de calor.
1.a) Superaquecimento por Longo Período-Provocado por Incrustações-Fluência:
Ocasionada por sais minerais dissolvidos em suspensão na água de caldeiras. Entre os problemas gerados temos:
Aumento no consumo de combustível e formação de depósitos porosos, propícios a localização de cloretos ,quelantes
e soda cáustica que provocam a corrosão.
1.b) Superaquecimento por Curto Período Provocada por Camadas de Vapor
As camadas de vapor sobre as superfícies do tubo impedem sua refrigeração pelo seu grande poder isolante , gerando
assim um superaquecimento das suas paredes com temperaturas oscilando entre 700 e 8000C, provocando assim
deformação plástica e ruptura.

2. Fadiga Térmica
Esse tipo de corrosão é resultante de esforços de tração cíclicos, que são acelerados quando operados em um
ambiente corrosivo.

3. Ocultamento - Hide-Out
É o decréscimo de concentrações de sais minerais solúveis na água da caldeira, tais como fosfato, sulfato, cloreto e hidróxido
de sódio. Acontece em zonas de elevada taxa de transferência de calor. As conseqüências são a falta de refrigeração das
paredes dos tubos onde ele se estabelece.
PREVENÇÃO DE CORROSÃO EM CALDEIRAS:
Consiste em: -Tratamentos externos nas águas de alimentação;
-Tratamentos internos nas águas de caldeiras.
1. Tratamentos Externos
1.a) Remoção da Turbidez e Cor
Para evitar que haja o aumento de depósitos nas superfícies de geração de vapor.
1.b) Remoção de Ferro e Manganês
É necessário fazer uma pré-cloração na água, a fim de que o processo de oxidação do Fe e Mg seja acelerado mantendo-se
um residual de cloro de 2ppm.
1.c) Remoção da Dureza
Pode ser obtida utilizando-se os seguintes processos:
- Recuperação máxima possível de vapor condensado;
- Utilização de hidrogênio de cálcio para o abrandamento de água com dureza temporária;
- Utilização de ortofosfato em meio alcalino e a temperatura de 800C, para redução da dureza total a zero;
- Redução da dureza pela utilização de resinas trocadoras ou permutadoras de íons de natureza catiônica.
1.d) Desmineralização
Remoção de todos os íons de uma água por meio de utilização de resinas catiônicas e aniônicas.
1.e) Remoção de Gases
Desaeração Mecânica: É feito aquecendo-se a água com vapor em contracorrente. Tipos de processos:
- Jateamento ou escoamento da água em uma grande superfície em contra corrente com vapor;
- Desaeração à vácuo feito a frio por abaixamento de pressão.
2.Tratamentos Internos:
Tratamento usado para remoção de oxigênio, neutralização do dióxido de carbono, correção do pH das caldeiras. É também usado para evitar incrustações ou depósitos
nas superfícies de geração de vapor.
2.a) Desaeração Química
Utiliza o composto sulfito de sódio, que acarreta um constante aumento dos sólidos dissolvidos na água, devido a formação
de sulfato de sódio. É uma reação lenta e incompleta em águas com temperatura acima de 1200C, e uma reação completa
na água do interior da caldeira. Utiliza-se também Hidrazina, que com o oxigênio produz água e nitrogênio, gás inerte
que se desprende com o vapor.
2.b) Ataque Ácido
Consiste na alcalinização da água de alimentação, utilizando-se soda cáutica não carbonatada e isenta de cloretos.
2.c) Corrosão Galvânica
É evitada com eliminação da contaminação por cobre ionizado, complexado e no estado metálico, das seguintes maneiras:
- Utilização de hidrazina;
- Não utilização da amônia;
- Evitar condensados ácidos, e setores de bombas feitos com bronze;
- Ser rigoroso na operação de limpeza química.
2.d) Ataque pelo Ácido Sulfídrico
Não utilizar água que contenha H2S e sulfito de sódio catalisado.
2.e) Ataque sobre Depósitos
Utilizar águas abrandadas, limitar o valor de cloretos na água de caldeira e limitar a presença de alcalinidade hidróxido.
2.f) Ataque Quelante
Evitar zonas de concentração, não utilizar tratamento quelante em águas com durezas variáveis e evitar excetos de quelantes
2.g) Corrosão Sob Tensão Fraturante
Evitar alcanilidade hidróxido acima do limite indicado e áreas de concentração junto a zonas tensionadas.
2.h) Corrente por Corrente de Fuga
Montar a caldeira corretamente aterrada.
2.i) Proteção de Caldeiras Paradas
Proteção contra a corrosão pelo oxigênio.
2.i.1) Proteção por Curto Período: É feita por agentes redutores como o sulfito de sódio catalisado ou pela hidrazina ativada.
2.i.2) Proteção por Longos Períodos: É feita com inibidores de corrosão ou pela proteção seca.
2.i.3) Proteção Seca com Inibidores em Fase Vapor: Utiliza inibidores, que são substâncias cristalinas como, o nitrito ou
benzoato associados a bases orgânicas voláteis.